24 de Nov de 0024

A Descida do Espírito Santo e a Liberdade dos Oprimidos “Homilia Dominical”.
A Descida do Espírito Santo e a Liberdade dos Oprimidos “Homilia Dominical”.

A Descida do Espírito Santo e a Liberdade dos Oprimidos “Homilia Dominical”.

Tema:A Descida do Espírito e a Liberdade dos Oprimidos”

Texto Bíblico: ISAÍAS 61:1-2 e ACTOS 2:37-39

Introdução

  • Queridos membros do Corpo dos 24 Anciãos;
  • Estimados Bispos Auxiliares e Honoríficos;
  • Distinguidos membros do Episcopado;
  • Amados membros da Ordem dos Homens;
  • Distintas Mamãs da Direcção Central do Conselho da Mulher;
  • Valorosos Jovens da Direcção da Pastoral Juvenil Central e da Direcção do Conselho Central da Criança;
  • Ilustres Convidados;
  • Filhas e Filhos de Deus!

Esse dia não é simplesmente um dia de comemoração! Mas sim de reflexão, meditação e de avaliação do nosso percurso histórico, sobre os ganhos da descida do Espírito até aqui, e as várias mudanças que o tempo nos tem exigido ao longo destes 73 anos.

No dia em que Jesus inaugurou a sua missão terrena, ele após ter solicitado o livro e lhe foi entregue pelo Sacerdote abrindo-o leu o lugar onde estava escrito: “O Espírito do SENHOR Deus está sobre mim, porque o SENHOR me ungiu para pregar boas novas aos quebrantados, enviou-me a curar os quebrantados de coração, proclamar libertação aos cativos e a por em liberdade os algemados”, Isaías 61:1-2.

Jesus explicou a razão da sua unção. “pregar as boas novas; curar os quebrantados de coração;

Proclamar liberdade aos cativos e por em liberdade os algemados. Meus queridos a liberdade nesta mensagem é uma questão central. Libertar os cativos pôr em Liberdade os algemados! O que isso significa?

Podemos compreender e interpretar essa mensagem em duas ou três vertentes:

1º Sabemos que no momento em que Jesus inaugura a sua missão a nação de Israel estava sob ocupação e dominação romana; Está sob cativeiro dentro da sua própria Pátria.

2º O mundo estava sob prisão Satânica do pecado e desobediência. 

Nestas duas vertentes aqui resumidas, vamos procurar contextualizar as escrituras tal como o fez Jesus de Nazareth naquela Sinagoga.

Uma pergunta surge: O que é a liberdade?

DESENVOLVIMENTO

Prezados crentes e convidados; Se liberdade é a faculdade que um individuo possui de fazer escolhas autonomamente, de acordo com a vontade própria e na tradição cristã, a liberdade está muitas vezes identificada como livre-arbítrio;

Já no direito, liberdade está também relacionada com os direitos de cada cidadão;

Caríssimos africanos e Angolanos em particular, este direito nós não a possuíamos ou seja era-nos negado em todas formas do seu exercício. Não tínhamos o direito de, nem mesmo de nos expressar-mos nas nossas próprias línguas, muito menos tínhamos a liberdade de ter um Deus.

Se não tínhamos o direito de ter uma Religião própria que liberdade nós possuíamos?! Se éramos obrigados a reconhecermos a cultura e tradição dos outros e a nossa diabolizada que liberdade tínhamos?

Até mesmo Israel na Babilónia, não lhe foi negado o direito de professar a sua própria fé, ao contrario de nós os outros que fomos reduzidos a nada. Mas a mensagem de Jesus o qual vinham nos ensinar era clara: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, baptizando-os em nome do Pai e do filho Espírito Santo, Ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado”. S. Mateus 28:18-19.

O NOSSO TEMA É: “A Descida do Espírito Santo e a Liberdade dos Oprimidos”.

Jesus pregou no seu tempo: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. S. João 8:32.

Queridos, Jesus ensinou que conhecer a palavra de Deus conduz a verdade que torna uma pessoa livre da escravidão do pecado. O comprometimento com esta verdade, deveria ser a única forma de vida cá na terra.

Se a verdade liberta por intermédio do Espírito Santo, amados é o momento,   é a hora de cada um fazer um rigoroso exame de consciência, para ver aonde estamos e o porque da nossa escravidão ainda ate hoje?

Precisamos lutar contra a nossa própria consciência, contra a nossa preguiça, contra o sentimento de inferioridade que ainda mora na mente de muita boa gente. Essas pessoas negam com os seus actos a liberdade que com muito sacrifício foi alcançada. Se a liberdade que Jesus conquistou não foi possível sem sangue que ele mesmo verteu   na cruz;

A nossa liberdade tanto espiritual como material, não aconteceram sem o sangue de  muita gente inocente.

Quando digo que há ainda muita gente que não valoriza a nossa liberdade, é porque a antiga tendência continua e muito bem visível nas nossas acções diárias, na forma como as vezes se dá mais valor daquilo que veio ou que vem de fora em detrimento do que é daqui;

Amados a nossa liberdade deve ensinar a todos que qual ato discriminatório cometido por palavras ou negligencia, constitui uma violação das liberdades duramente conquistadas. É tempo de se rever alguns actos e atitudes que lesam, as mentes dos pobres e das suas instituições que ontem estiveram na vanguarda.

A nossa Pátria precisa regressar aos marcos que levaram-nos a rejeição daqueles que vinham das suas terras, ate aqui e que aos invés de trazer para nós o evangelho que salva, infelizmente trocaram o evangelho da paz, ensinada por um Homem da Paz, em um evangelho de dominação, da desgraça, de diabolização do diferente, da morte, em fim de negação de tudo que foi encontrado.

Neste dia em que celebramos este importante culto de acção de graças, não posso deixar de dizer com profunda tristeza o seguinte:

  1. a) O povo africano deve deixar o Espírito de Shipaios, de subserviência de ignorância, de amar quem vem de longe e vender para a morte ou para a escravatura o próprio seu irmão.
  2. b) É tempo da gente valorizar o que é vosso, a nossa religião, a nossa cultura, os nossos hábitos e costumes, as nossa línguas, os nossos valores em fim aquilo que é daqui e depois o que dos outros e sem sermos xenófobos. Sabemos que não há libertação material que não é antecedida por uma libertação espiritual. A África é testemunha dessa realidade.

Antes desta data que hoje celebramos, não havia aqui o fogo da liberdade. Assim também havia sinalizado o Dr. TUCKER dizendo: “Simão tu pedes apenas o Espírito Santo, porque sem o Espírito, santo a África continuará na mesma”! disse naquela celebre conferência realizada em Kalina, Leopoldeville no longínquo ano de 1946 no dia 18 de Julho. Não posso compreender como é que um estrangeiro Doutor TUCKER E BRECHET, tinham conhecimento de que sem o Espírito Santo a África continuaria na mesma, mas os Africanos e Angolanos em particular não sabem disso!

A NOSSA LIBERDADE COMO OPRIMIDOS

Amados se a liberdade só se limitasse para a ida aos céus e nada tinha a ver com o homem na sua vida terrena; então, esta liberdade estaria incompleta, doentia e não se enquadra no plano de Deus.

Porque quando Deus prometeu liberdade aos filhos de Israel, não lhes prometeu apenas uma liberdade espiritual. Porque Senão de nada valeria este tipo de liberdade, enquanto os homens criados a imagem e semelhança de Deus continuassem no cativeiro. Neste sentido firmeza minha, a liberdade Espiritual deve reflectir-se na vida do homem enquanto ente que necessita de ar puro para respirar e viver a vida aqui neste planeta.

O Espírito Santo é o guia, é a força que moveu aqueles simples pescadores e camponeses. O Espírito Santo é o poder segundo Jesus que seus discípulos deveriam aguardar para que os ajudasse nas grandes e difíceis batalhas que iriam enfrentar logo apôs aquele dia., S. Lucas 24:49, que citamos: “Eis que envio sobre vós a promessa do meu Pai; permanecei, pois, na cidade, até que do alto sejais revestidos do poder”. Fim de citação.

O Jesus ressurrecto enviara aquilo que o Pai prometeu, o dom do Espírito Santo, conforme Joel 2:28.

Eles receberam o Poder e foram logo perseguidos e condenados a morte por realizarem boas obras a favor dos oprimidos pelo diabo. Actos 4:1-3. Nós pagamos com as próprias vidas, muitos foram queimados vivos, enterrados vivos, pelo facto de terem levantado a voz da liberdade.

O nosso tema é: “A Descida do Espírito Santo e a Liberdade dos Oprimidos!”

Caríssimos, o discurso de Pedro após a descida do Espírito Santo em Jerusalém, narra-nos que a promessa de Jesus sobre a vinda do Espírito Santo era extensiva para todos os seres humanos.

Até mesmo aqueles que não pertenciam aquela nação, falando de maneira mais direita, Pedro disse: “Até quantos o Senhor, nosso Deus, chamar” (V:39 actos 2).

Amados, nós recebemos o Espírito Santo segundo a promessa feita desde Jerusalém quando chegou o tempo antes preconizado pelo PAI. Falo tal como Pedro naquele dia de Pentecostes: “Amados o Espírito que veio ate nós, é Santo, embora foi confundido pelos inimigos de Deus! Conquistada a liberdade;

Estamos irmanados com a nossa Pátria e obedecendo o nosso governo continuaremos a fortalecer as parcerias com os governos onde a Igreja se faz presente e de forma particular em Angola, Pátria que embebedou-se do sangue dos tocoistas.

O NOSSO TEMA É: “A Descida do Espírito Santo e a liberdade dos oprimidos”. 

Deixemos o Espírito de Shipaios, de lacaios que se adentrou ate mesmo nas Igrejas, procurando criar divisões muitas delas cimentas e impulsionadas por instituições que deveriam ser o garante da paz, da unidade, da coesão social e da harmonia nacionais.  Não se faz a paz permitindo ou contribuindo na destruição daquilo que com muito sacrifício os nossos ancestrais conquistaram com mortes e muito derramamento de sangue a favor do estranho.

Estamos no mês das eleições. Precisamos cultivar um ambiente de paz de tolerância, de criação de condições profícuas, para uma estabilização real da nossa pátria, onde cada um deve usar a sua liberdade sem ferir a liberdade de outrem, participando na construção de uma nova Angola e prospera. Não podemos incubar problemas para depois os levantar-mos quando as eleições passarem.

Temos de ter a responsabilidade de edificar um país onde todas as pessoas de bem são tratadas, dentro dos marcos que os estados têm de garantir a paz e a estabilidade das importantes instituições que conformam a nação que é de todos.

Angola e os Angolanos temos o dever de construir-mos esse país com amor respeitando aqueles que Deus tem dado o dom de governar e estes de igual modo, têm o dever de servir o povo que os tem conferido o poder.

CONCLUINDO

Queridos confiai-vos entre vós mesmos, resolvendo vossos e nossos diferendos, sem confiar em outras forças estranhas. vedes o que está a acontecer na Ucrânia;

O mundo não precisa de pessoas e nem se preocupa com as pessoas, senão tão somente com as vossas riquezas. Na Ucrânia para a tristeza nossa, os grandes estão mais preocupados em busca dos caminhos para exportar o trigo da Ucrânia e não do fim da guerra para salvarem as vidas humanas.

Vocês também vão fazer confusão para destruir o vosso País por causa de eleições?

De certeza que não! Porque vocês são inteligentes e suficientemente sábios para não voltarem a loucura.

Haja paz em cada coração e participem neste pleito eleitoral com todo civismo, protegendo a vossa Pátria. Um dia morre-se o elefante e não apodrece o Elefante. 

Participem caríssimos compatriotas, respeitando a diferença e votando com consciência o futuro de todos nós.

Cuidem da nossa liberdade que tanto nos custou.

Bem haja Angola, boas eleições e Deus Pai abençoe-vos a todos e ilumine a todos que têm a responsabilidade de tratar deste processo.

Graça e Paz. ide em Paz e ate lá.     

POR UMA IGREJA: UNA, ÚNICA E INDIVISIVEL? ORDEM, FIRMEZA E FÉ.

Abem da Igreja

O DIRIGENTE

MAYAMONA

Luanda, aos 24 de Julho de 2022. Ano da Piedade e da Resiliência – Milénio de Cristo.

O Vosso Dirigente

“Mayamona”